Carta a um adolescente
Querido adolescente, peço que leia esta carta com a paciência que eu sei que lhe falta. Com empatia, que não é característica forte entre os jovens da sua idade. Sem julgamentos, o que é quase impossível aos 15/16 anos. Sem intolerância, por favor, evitando questionamentos pelo belo prazer de discordar. Sem se ofender com as minhas palavras, para se poupar de ter “O PIOR DIA DA SUA VIDA”. Se for aceitável, peço que não seja tão intenso a ponto de não pensar em consequências, mas nem tão moderado que não consiga expor seus desejos e opiniões.
Não sinta como se estivesse sozinho no mundo, pois você não está. Converse. Fale. Exponha. Comunique-se. De qualquer jeito e do jeito que der. O caminho precisa ser esse, mesmo que não seja tão simples quanto estou fazendo parecer, e assim terá alguém para dividir suas angústias com você. Não passe por tudo sozinho, nem as coisas boas, nem as ruins. Reparta. Compartilhe.
Se estou te pedindo tudo isso é porque hoje, já na vida adulta e tendo percorrido as sombras da juventude, eu tenho consciência do quão difícil e solitário pode ser atravessar essa enxurrada de sentimentos e emoções que em muitos momentos parecem engoli-lo.
Essa carta é direcionada à Amanda, à Paula, ao Pedro, à Carol, ao Renato, à Ana, ao Gabriel, à Mari, ao João e a tantos outros que ocupam esse lugar.