Rótulos

Você já rotulou UMA MULHER alguém apenas pelas características externas e visíveis “a olho nu”? Provavelmente já (e eu também)!

Louca, descuidada, interesseira, relaxada, superficial, imatura, submissa, mandona, despreparada, invejosa, sem opinião… e a lista facilmente chegaria a mais de 100 adjetivos pejorativos que escutamos e verbalizamos quase todos os dias.

Infelizmente existem muitas razões para que isso aconteça e a principal, não podemos negar, é o machismo. Precisamos partir da ideia de que todos nós somos machistas, já que é algo perpetuado por nossa sociedade há muito tempo. Alguns, felizmente, estão em desconstrução enquanto outros seguem dentro de uma bolha, muito conveniente por sinal.

Mas vamos voltar à questão inicial. A narrativa por trás dos adjetivos pejorativos está carregada de invalidação. Estigmatizar-nos com esses rótulos não só nos classifica, mas também nos cala (e enquanto estamos caladas não criamos “problemas”), anula, desvaloriza, subjuga e nos enfraquece. Tudo isso pode gerar consequências significativas nas nossas relações interpessoais e impactos na nossa vida, já que ao sermos prejulgadas nos enquadramos na fantasia do outro, ou seja, uma pessoa introvertida se transforma, precipitadamente, em presunçosa, a desmemoriada torna-se indiferente, a séria vira mal-humorada e por aí vai…

Além do desgaste psíquico para lidar com o julgamento alheio, ainda nos deparamos com o nosso próprio questionamento interno sobre o que nos foi apontado e é aí que percebemos a importância do autoconhecimento. Quanto mais estivermos fortalecidas emocionalmente, menores e menos nocivos serão os efeitos na nossa rotina.

A partir dessa percepção, convido-a a ficar atenta e unir-se às mulheres à sua volta, para que aos poucos deixemos de nos rotular de forma tão prejudicial e danosa. O exercício em si não seria tão difícil se a pauta em questão não estivesse tão enraizada em todos nós.

 

 

 

 

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